Reportagens sobre Desenvolvimento de Carreira

Notícias para Empreendedores

Notícias sobre Mídia e Marketing

25 de nov. de 2008

Marketing Promocional - Diga não à pirataria!

As teses aprovadas pela comissão nº. 4 – Marketing Promocional, Relacionamento com Diálogo - do 4º. Congresso Brasileiro de Publicidade nos permitem vislumbrar luzes no fim do túnel, mesmo que ele seja ainda um pouco longo.
No último dia sete, o debate promovido pela AMPRO, no 5º. Ebemp – Encontro Brasileiro das Empresas de Marketing Promocional, do qual fui um dos debatedores, nos permitiu refletir mais amplamente e com a presença de alguns dos maiores nomes do marketing promocional do país, as teses Certificação por Competência, Direito Autoral, Remuneração e Concorrência.
Foram diversas opiniões, todas com muita consistência, e que demonstraram finalmente que há um esforço contundente para mudar o relacionamento entre clientes e agências, principalmente no nosso setor, que deve movimentar mais de 25 milhões de reais neste ano.

Estamos num momento de transição em que ambos precisam estabelecer parâmetros que garantam o bom trabalho dos profissionais e os resultados pretendidos por todos. O mercado corporativo hoje é marcado por profissionais muito qualificados porém muitas vezes com pouca ou nenhuma experiência. Soma-se a isso a prestação de serviço de profissionais também com pouca experiência, que invariavelmente trabalham com pouco prazo e verbas, imagine leitor, o resultado dessa receita.

A conta não fecha: rapidez com qualidade e preço baixo.

Uma estratégia equivocada de marketing não mata, não prende, nem tampouco cai na cabeça do cliente, mas traz prejuízos incalculáveis para as empresas. Se os profissionais permanecessem mais tempo à frente de uma marca, talvez tivessem oportunidade de mensurar o estrago causado por um marketing mal planejado, mas a dança das cadeiras é freqüente.

Exigir que a agência seja experiente e qualificada (certificação), promover uma concorrência justa e leal, remunerar com respeito e com o mesmo respeito garantir a autoria de uma idéia é uma preocupação que deveria partir dos clientes, mais do que das agências, afinal o ser humano busca qualidade em tudo o que compra, muitas vezes preterindo preço baixo em prol da satisfação, e em marketing não pode ser diferente. É a ciência popular do finge que me paga que eu finjo que trabalho, do “veja bem”.

Numa analogia simplista, a situação atual pode ser comparada com a pirataria que assola o mundo das artes. Quem compra fomenta o mercado pirata e estimula a prática. Contratar um profissional sem referência, sem experiência e know-how, simplesmente porque o preço é melhor, é correr o risco do produto adquirido ter vida curta, não ter garantias, além de que isso promove o desinteresse na formação profissional, expondo a empresa cada dia mais a um mercado pobre, sem opções. Estratégias piratas são vistas diariamente, abreviando a vida de produtos e marcas.

Precisamos todos – agências e clientes – combater a pirataria no marketing. A luz no fim do túnel foi mesmo esse último Ebemp, que mostrou a indignação de profissionais determinados a mudar o cenário, encerrando o evento com propostas conclusivas. Porém a mudança começa com cada um de nós dando o primeiro passo.
O meu já começou. Tenho dito não a propostas indecentes de alguns clientes e lanço um desafio a todos:

Digam Não a Pirataria no Marketing Promocional.

Wagner Bastos é Consultor, Professor da PUC-Campinas e Diretor de Relações com o Mercado da AMPRO Campinas – Associação de Marketing Promocional.

3 comentários:

  1. Bom artigo, Wagner !!

    Mas eu acho que vc deveria completa-lo colocando alguns exemplos de pirataria de Marketing, para ter uma ideia melhor do assunto.

    Um abraco.

    ResponderExcluir
  2. Cometário feito por Mario Ferreira na página de discussões de nossa comunidade Executivos São Paulo no Linked In.

    Li o artigo e achei muito interessante, além de ser um desabafo do autor, com o qual estou 100% de acordo, e também compartilho da sua prática, há muitos anos, de recusar “ofertas indecentes”. Obviamente essa recusa tem um custo muito alto, mas a não valorização do próprio trabalho teria um custo muito maior.

    Quanto a essa prática do “levar vantagem em tudo” creio que já se tornou um problema cultural difícil de contornar e, creio também, que demorará alguns anos até possamos observar mudanças comportamentais consistentes. (Não sou pessimista, muito pelo contrário. Se for só uma geração está ótimo!)

    Como no titulo do artigo diz – Diga não à pirataria – acho que os costumes se mudam nas pequenas coisas, tipo ter coleção de DVDs(ou músicas) piratas em casa, qual será o exemplo que se estará dando para a próxima geração, que serão os futuros negociadores do “levar vantagem”.

    Quanto à conscientização dos profissionais, acho muito importante, mas mais importante é a união da classe, pois sem esse espírito, muito difícil será levar a cabo a tarefa da justa valorização do trabalho.

    Terminando, para isto não virar um “romance”, como estamos falando em um grupo de Campinas, pela minhas poucas experiências na região, é um mercado extremamente particular, e onde os aspectos acima citados eu verifiquei com mais intensidade. Principalmente, a “simplificação” com o uso do “Zé da esquina”, que conhece há dez anos, até freqüenta o mesmo clube, e que resolverá o “problema” por metade do preço.

    Grande abraço,

    Mário Ferreira
    http://www.linkedin.com/in/marioluis

    ResponderExcluir
  3. Eu trabalhei em Campinas com publicidade por alguns anos.
    De fato muitos jovens de qualidade entram no mercado com a velha "duplinha-faz-tudo". Alguns bons computadores, um site cheio de animação flash e pronto, eis a agência. Nada contra. Eu devo admitir que comecei assim. Não deu errado, mas acho o "on the job training" só funciona quando você tem profissionais (chefes) experientes ao teu lado.
    A falta de oportunidades reais de crescimento profissional para os recém formados é desanimadora. São poucas as boas ofertas de estágio.
    E se você tem um pouco mais de experiência, a empresa prefere contratar uma pessoa menos qualificada para pagar menos.
    Acho que isso é um pedaço do círculo vicioso e se encaixa no que Wagner e você comentaram.

    ResponderExcluir

Suas palavras são bem vindas! Comentários que usem linguajar não adequado serão apagagos e o usuário será bloqueado.