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29 de set. de 2009

Trabalho no Futuro


Escrito por Gustavo Vannucchi


O que você imagina como trabalho do futuro? Manobrista de disco-voador? Guia turístico em Marte? Bom, enquanto o mercado interestelar não atinge níveis acessíveis e as agências de empregos não tem como publicar anúncios por telepatia, o melhor é mesmo se preparar para resolver os problemas do presente e para o que vem por aí.

Com as mudanças nas perspectivas de crescimento populacional mundial, no desenvolvimento dos países emergentes (BRIC), na concentração de poder econômico entre as maiores economias e um novo ciclo de crescimento na economia mundial após a crise pela qual acabamos de passar (acabamos?) muitos empregos serão gerados, mas não o suficiente para cobrir a demanda.

Segundo a Organização Mundial do Trabalho, 45 milhões de pessoas ingressam no mercado todo ano. Temos que lembrar que isso inclui garotos de 14 anos, não só universitários. Segundo a OMT as ações tomadas pelo G20 para conter os prejuízos da crise conseguiram salvar de 7 a 11 milhões de posições de trabalho. Esse numero é importante mas parece pequeno diante da realidade que já vinha desde antes da crise. O número estimado de desempregados no mundo subiu de 219 para 241 milhões.

Como resposta, os países tem ampliado os programas de segurança social dos trabalhadores oferecendo melhores oportunidades de recuperação aos desempregados com programas de treinamento e recolocação.

Na Europa e nos Estados Unidos a política é de reduzir os custos para os pequenos empresários para que possam manter os postos de trabalho ocupados. Além disso, os governos aumentam seus investimentos em infra-estrutura e políticas de crédito para pequenos empresários e também para consumidores.


Bom, deixando um pouco de lado os dados da OMT, reflito sobre minha experiência.


Tive a oportunidade de conhecer diversos países e ter contato com profissionais de todos os cantos do mundo. Em alguns lugares praticamente não se ouve falar em pobreza, como na Holanda onde a taxa de desemprego é de 2.2%, considerada uma espécie de “taxa de giro” já que o desocupado não fica desempregado por mais de 4 meses, período no qual tem grande assistência do governo.

Quando leio no site da OMT que essas medidas de melhoras nas bases de assistência social e investimento em estrutura e recolocação são parte de um pacto mundial (Global Jobs Pact – 183 paises) me pergunto:

Onde é que o Brasil está empregando as políticas que prometeu nesse pacto?

O Brasil tem números de crescimento projetados muito interessantes e obviamente o país se desenvolveu em vários aspectos. Mas a infra-estrutura ainda é praticamente a mesma de 20 anos atrás, sem uma estrutura ferroviária descente, com estradas ruins, portos pequenos e sem tecnologia e com uma região gigante e grande produtora como o centro-oeste sem ter como escoar a produção. Os aeroportos não receberam os investimentos prometidos salvos dois ou três casos. A internet tem uma carga tributária de 40% e a dependência por combustível importado aumentou enormemente (em gás natural).

Nosso país compra novos jatos e importa tecnologia para fabricar armas de guerra (é necessário) mas corta refeições e dias de trabalho do exército por falta de dinheiro.

Também projetamos aumento nos gastos públicos e garantimos o pagamento em cima de futura arrecadação com a elevação de impostos.

Honestamente não entendo porque o Brasil não volta a investir em infra-estrutura. É populista (ganha votos), é útil, gera empregos e é fácil de desviar dinheiro. Desculpas não faltam.

Mas já que o assunto inicial era trabalho, eis a profissão que você deveria querer no seu futuro: Senador.

Como Senador você não vai precisar trabalhar tanto, uns 4 dias por semana e ainda vai ter longos períodos de recesso. Ah, os salários e benefícios? Claro, são interessantes:

Subsídio mensal - R$ 16.500 (x15 -sim, quinze!- por ano = R$ 247.500)

Verba Indenizatória mensal - R$ 15.000 (gasto no estado de origem)

Auxílio moradia mensal - R$ 3.800

Auxílio Carro mensal - Motorista + 25 litros de gasolina por dia

Cota Postal mensal - Proporcional ao estado de origem (SP = 60.000 por mês)

Cota na Gráfica do Senado - R$ 8.500 por ano

Passagens Aéreas por mês - 4 de ida e volta para o estado de origem

Passagem Aérea RJ: Uma passagem de ida e volta por mês para a cidade maravilhosa.

Líder ou membro da mesa diretora pode nomear livremente 5 assessores e 6 secretários parlamentares com salários de R$ 6.750 a R$ 9.000 e um segundo gabinete.

Presidente da Câmara ainda tem casa oficial e pode usar aviões da FAB.

PS:

Ah, na sua campanha que tal o slogan - Vote em mim pelo Trabalho do Futuro!


O meu nome é;

Gustavo Vannucchi


Dados numéricos extraídos no site da OMT - www.ilo.org - e da coluna da Lúcia Hippolito na CBN.

3 comentários:

  1. Gustavo, tentarei dar meus "pitacos sobre cada texto que você escreveu tá bom?

    O que você imagina como trabalho do futuro? Manobrista de disco-voador? Guia turístico em Marte? Bom, enquanto o mercado interestelar não atinge níveis acessíveis e as agências de empregos não tem como publicar anúncios por telepatia, o melhor é mesmo se preparar para resolver os problemas do presente e para o que vem por aí.

    Eu acho:
    Logistica, Delivery, Tecnologia, Turismo, Diversão, Advocacia, Cientistas, Medicina, Coachings, Psicologia, Educação, Atividades físicas e Distração, Assistencia Social Plena e Atividades e Busca na Bagagem das experiências dos Velhos, Desmercatilização da humanidade, Atividades que direcionem o modelo de vida da Natureza (O Ser humano está desalinhado com este espelho neste momento).

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  2. Profissão do futuro é a que tiver como foco respeitar o ser humano, algumas poucas conseguiram tal feito até hoje. Enquanto esta desordem permanecer no mundo e nos tornarmos dependentes de uma só cultura extremamente consumista e que deteriora cada vez mais nossas economias, lares e cultura, acredito que a melhor profissão retornará ao foco do principal objetivo de cada um de nós: sobrevivência e continuidade da vida.

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  3. Eu comecei o texto com exemplos muito imaginativos exatamente para contrastar com a realidade. A idéia é fazer você pensar se quando você pensa sobre o futuro tem como base a realidade atual.
    Uma profissao que gostaria de ver no futuro como reamente difundida é a de lider comunitário. Com tanta gente pobre, alguém que não seja um político e ao mesmo tempo seja pago (não um voluntário) para agir como um profissional que trabalha em contato direto com a sociedade em todos os lugares pobres do mundo.

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