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17 de dez. de 2008

Onde é que desliga isso?



Você notou como as pessoas, quanto mais ligadas estão, mais desligadas estão?
Ok, nada haver,... Reconheço, essa foi uma frase meio esquisita, mas você vai concordar comigo.
Hoje, graças a internet 2.0, laptops e smart-phones estamos cada vez mais conectados às notícias e outras pessoas no mundo todo. Estamos re-encontrando amigos que não víamos a muito tempo, colegas de trabalho que, as vezes, trabalham no mesmo prédio mas em andares diferentes. Isso é fantástico, mas tem seu preço.
Você já notou como cada vez mais a sua capacidade de “muti-task” te afastou das pessoas? Você não liga mais para a pessoa, manda um SMS, um email... Não ouve a voz. Quando conversa em pessoa, olha pro Celular ou pro PDA, ou ainda pra tela do computador. Tecla enquanto “ouve” ou que a outra pessoa fala. Junto a som da voz agora tem o barulho das teclas.
Meu instinto de “marketeiro” me diz: como fazer pra usar isso tudo pra vender mais?
Meu lado “interneteiro” me diz: isso é natural, afinal, enquanto escrevo isso, toca o sino da igreja aqui perto, ouço a CNN falar que Obama é, segundo a Time, a personalidade do ano e tenho a janelinha do MSN pulando aqui porque, enquanto escrevo, também converso com um amigo.
Meu lado humano não diz nada. Está muito ocupado com o lado interneteiro e marketeiro ☺
A verdade é que não consigo deixar de notar como as pessoas estão cada vez mais ligadas a esses aparelhos, como se estes estivesse plugados (acho que wifi seria mais adequado) ao cérebro sugando toda sua energia. Como se tivéssemos nos tornado em zumbis, escravos da tecnologia.
Nos ônibus, trens, metrôs, carros. Na fila do banco ou do correio. No almoço. Na janta. Na cama. Não tiramos os olhos do computador. Tudo hoje é “mobile”. Tudo precisa estar ali, a mão.
Eu que viajo bastante gosto da idéia de ter um iPhone na mão, parar na frente de uma igreja, digamos na Itália, e com poucos clicks ter o wikipedia me dizendo tudo a respeito daquele prédio. O turismo deixa de ser um passeio e começa a ser uma aula completa.
Gosto também da idéia de o iPhone, assim que descobrir que estou na frente daquela igreja, me de a sugestão de ir comer em algum restaurante ali perto ou saber que há uma loja de aluguel de carros ali por perto também.
Não gosto do fato de isso me isolar. De deixar de ter o guia turístico que me conta aquela historia fazendo uma piadinha e falando como se contasse tudo aquilo pela primeira vez.
A idéia que fica pra nós que trabalhamos duro, com computadores e celulares a mão, é que não esqueçamos de nos “desligar” no Happy Hour ou no fim de semana. Curtir amigos e família. Fazer um churrasco ou ir ao museu. Passar duas horas dormindo no sofá ou jogar um futebol, ir na academia.
A vida é mais do que trabalhar e muito mais que “se conectar”.

2 comentários:

  1. Em 2004, trabalhando no Anima Mundi, eu me divertia em ver as produtoras ficarem enlouquecidas com o fato do meu coordenador não querer ter um celular. Ele dizia uma coisa que deixava os outros calados: "Os festivais sempre aconteceram sem celular!"
    Hoje ele tem um desse aparelhinhos, não teve jeito.
    Tecnologia é bom, é sempre bem-vinda, mas como você falou, nada melhor que a conversa fiada com amigos seja num bar ou numa casa regada a muita cerveja gelada e muito riso. Se conectar ao vivo e a cores é bem melhor.

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  2. Caro Gustavo,
    Análise perfeita. Há, entretanto, um grande número de pessoas, que não são analógicas e nem fazem ideia do que é "ser digital" que também andam 'ausentes'. Deve haver outro tipo de explicação para tudo isso que estamos vendo.
    Excelente o post. Abraços do

    Antonio Carlos

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