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4 de nov. de 2009

Portunhol – a hora de o Brasil “hablar en serio”

Escrito por Gustavo Vannucchi

Na terra de Drummonds, Vinicius e Lispectors, mal dizer o português ou é piada de mau gosto ou
então falta de orgulho. A única língua que talvez consiga traduzir “saudade” é, ao menos sob meu ponto de vista, o maior patrimônio cultural que temos.
Claro que isso não é totalmente notável no nosso dia a dia. A começar pelos erros que provavelmente, depois de umas duas revisões, ainda me escaparam. Depois com os maus
exemplos dos nossos personagens mais influentes que usam e abusam do português entortando e esticando as palavras na televisão. Finalmente nas escolas onde infelizmente muitos professores “desensinam” a língua.

O momento faz cada vez mais evidente que o desafio vai além da básica educação. Com o mundo globalizado e com a crescente importância das redes sociais e as ferramentas de comunicação mundiais, falar outras línguas deixou de ser importante e passou ao nível de mandatário.
O Brasil é um grande país que fala uma língua pouco importante. Na economia mundial não se fala português. Nosso país quer ser líder latino americano sem falar a língua principal do continente. E mais.. não da a mínima pra isso.

Ensino de espanhol de boa qualidade tem que ser obrigatório em todas as escolas. Isso é uma questão de respeito aos nossos vizinhos/parceiros e liderança econômica!

Nas escolas existe a matéria inglês. Honestamente a um nível vergonhoso. Isso inclui a grande maioria das escolas particulares que as vezes custam milhares de reais por ano. Estudante que fala inglês é porque teve a oportunidade de estudar e a dedicação para aprender. São poucos.



Mas como ensinar uma segunda língua para um povo que pouco conhece a primeira?

Milhares de jovens usam computadores nas escolas. Aprenderam por conta própria. Burros não somos. Além disso o espanhol é tão parecido com o português que em 5 anos seria impossível não haver ao menos um nível aceitável de conhecimento.

Culpar os políticos? Não. A culpa é dos pais. Especialmente se seus filhos estão no sistema privado de ensino. Como cliente você tem que exigir o melhor. O custo da inclusão dessa matéria no currículo da escola não representaria um aumento maior do que 2% na mensalidade.

O que esperar como resultado?

Gerações de brasileiros empreendedores, trabalhadores e estudiosos, bilingues, capazes de compreender melhor o contexto em que vivem, mais integrados com a América Latina e com muito mais oportunidades de trabalho e carreira do que hoje. O Brasil está anos a frente dos demais países em termos econômicos, democráticos e em alguns casos tecnológicos e ambientais. Isso definitivamente nos daria uma grande vantagem para assumirmos definitivamente a liderança da região aumentando nossa participação no mercado global exponencialmente em todos os aspectos.

21 comentários:

  1. teem toda a Razao , como sera possivel aprender uma Lingua "Madrasta" se a lingua " Mae" foi Ignorada/esquecida/arquivada.
    A Resposta teria que ser uma Globalizacao "Global"

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  2. Copiando e colando cometario recebido por email:

    Gustavo,
    Um amigo sempre se utiliza da mesma anedota para descrever o nível de Espanhol de alguns negociadores viajando pela América Latina....
    Um Brasileiro chega a uma sorveteria em Buenos Aires e pede muito gentilmente um “sorviete de moriango”, e o atendente sem entender absolutamente nada pede ao Brasileiro que repita o pedido, e logicamente uma vez mais, o atendente nada entendeu (por favor, esqueçam a rivalidade futebolística neste momento, pois estamos falando simplesmente de um problema de comunicação), a situação se repetiu por várias vezes até que o Brasileiro irritado se retirou aos gritos do estabelecimento comercial sem o “sorviete de moriango” ... na realidade o que o nosso conterrâneo estava querendo era um helado de fresa...e para aqueles que acreditam que o Português e o Espanhol são parecidos..........

    Em tom mais sério, e como muito bem descrito no artigo, atualmente as escolas e as famílias sempre estão buscando que a próxima geração tenha conhecimento do idioma Inglês, logicamente por ser o “mais falado” no mundo dos negócios. Porém o que muitos esquecem é que o Espanhol é o segundo idioma mais falado no mundo (guardada as devidas proporções com o Chinês) e que para os negócios, especialmente na América Latina é fundamental.

    O Brasil é sem dúvida alguma, uma das maiores economias da América Latina, mas o potencial que os nossos vizinhos possuem para os produtos de empresas Brasileiras é enorme e definitivamente não deve ser esquecido. Muitas das empresas simplesmente preferem ignorar o fato de que os possíveis clientes se sentem muito mais confiantes quando negociam no seu próprio idioma. E que um negociador com completo domínio do idioma e com conhecimento da cultura pode facilitar muito o processo.

    Sds,

    Emilio Machado

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  3. Gustavo,
    Muito boa postagem! Acho que em geral, os brasileiros acham que ´já falam "espanhol", quando na verdade muitos nem "portuñol" falam. Provavelmente por ser o idioma mundial, o inglês ainda predomine como segunda língua nas escolas, mas concordo com você que o espanhol é de extrema importância. Cabe a cada um, enquanto não se torna "obrigatório" (se bem o mercado já nos obriga a dominar o idioma), buscar aprendê-lo ou então melhorá-lo. Mas antes disso, é imprescindível que se melhore o português falado e escrito. Em e-mail e em redes sociais, a cada dia me espanta mais os erros graves cometidos por profissionais qualificados. Erros de concordância e outros que são uma catástrofe!
    Abraços
    Ricardo Ojeda Marins
    http://mercadodeluxocontemporaneo.blogspot.com/

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  4. Emilio Machado,

    Muito bom o seu comentário!!! É a real demonstração do comportamento de muitos brasileiros quando estão em um país onde se fala espanhol como idioma oficial. O brasileiro acha que é parecido e que o portenho, no exemplo, estaca com má vontade, quando na verdade ele realmente não entendeu nada que o cliente falava em "portuñol"...

    Abraços
    Ricardo Ojeda Marins
    http://mercadodeluxocontemporaneo.blogspot.com/

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  5. Gustavo, os seu post fala de uma coisa que está muito aparente para mim neste momento. Eu moro em Bruxelas na Bélgica e que para quem não sabe te o Francês e o Flamengo (dutch) como línguas oficias. Como muitos que moram na Bélgica são estrangeiros como eu, os filhos destes estrangeiros acabam falando as línguas locais e as línguas dos pais. Em outras palavras, crianças com 10 anos de idade são capazes de falar 3, 4 e as vezes até 5 línguas.
    Falar inglês e espanhol não é apenas essencial para os negócios mas crucial para entendermos e participarmos do mundo.
    Simplesmente não podemos ser passivos e aguardar confortávelmente os acontecimentos e decisões serem traduzidos para o português, temos que fazer parte...
    A internet está cheia de pessoas com boa vontade ensinando línguas gratuitamente, vídeos no youtube e sites com aulas e testes. Não precisamos esperar o governo, até porque muitos de nós já saímos da escola!
    Aprender, aprender, aprender - podemos tudo, basta aprender! a propósito, digitem ocw no google...

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  6. Comentários enviados por email ou no Linked In:

    Gustavo,
    Um amigo sempre se utiliza da mesma anedota para descrever o nível de Espanhol de alguns negociadores viajando pela América Latina....
    Um Brasileiro chega a uma sorveteria em Buenos Aires e pede muito gentilmente um “sorviete de moriango”, e o atendente sem entender absolutamente nada pede ao Brasileiro que repita o pedido, e logicamente uma vez mais, o atendente nada entendeu (por favor, esqueçam a rivalidade futebolística neste momento, pois estamos falando simplesmente de um problema de comunicação), a situação se repetiu por várias vezes até que o Brasileiro irritado se retirou aos gritos do estabelecimento comercial sem o “sorviete de moriango” ... na realidade o que o nosso conterrâneo estava querendo era um helado de fresa...e para aqueles que acreditam que o Português e o Espanhol são parecidos..........
    Em tom mais sério, e como muito bem descrito no artigo, atualmente as escolas e as famílias sempre estão buscando que a próxima geração tenha conhecimento do idioma Inglês, logicamente por ser o “mais falado” no mundo dos negócios. Porém o que muitos esquecem é que o Espanhol é o segundo idioma mais falado no mundo (guardada as devidas proporções com o Chinês) e que para os negócios, especialmente na América Latina é fundamental.
    O Brasil é sem dúvida alguma, uma das maiores economias da América Latina, mas o potencial que os nossos vizinhos possuem para os produtos de empresas Brasileiras é enorme e definitivamente não deve ser esquecido. Muitas das empresas simplesmente preferem ignorar o fato de que os possíveis clientes se sentem muito mais confiantes quando negociam no seu próprio idioma. E que um negociador com completo domínio do idioma e com conhecimento da cultura pode facilitar muito o processo.

    Sds,

    Emilio Machado
    Posted by Emilio Machado

    Isto é relativo, afinal o idioma não deve ser um impedimento para se alcançar a liderança, algo que na prática já ocorre. Imagine se para ser o líder da Ásia todos devessem falar chines ou japonês. Por outro lado, isto se resolve muito facilmente acrescentando o idioma espanhol no curriculo escolar das escolas públicas e privadas.
    Posted by Oscar de Oliveira Lima

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  7. Os EUA são atualmente os líderes mundiais, e os Americanos mal sabem falar qualquer outra língua que não seja o inglês. Respeitosamente não concordo com a sua premissa de que o brasileiro precisa "hablar el idioma de nuestros hermanos" para sermos líderes regionais na América Latina. A liderança virá do poder econômico, liderança democrática e limpa, grandeza geográfica e até mesmo mesmo poderio militar.

    Afinal de contas temos cerca de 50% da população da América do Sul. Qual a metade que deve aprender a língua do outro? De acordo com um recente artigo do The Economist a liderança regional do Brasil é muito superior da do México....e eles "hablam mui bien el español".
    Posted by James Locke

    Quando escrevi o texto pensei no aspecto da liderança regional. Ser líder mundial hoje basta ter um monte de dinheiro e armas.
    Comparar Brasil com EUA, China,.. não acredito que seja muito adequado. As particularidades encontradas na América Latina me levam a crer que para ser um líder regional, como argumentado no texto, tem que entender melhor seus parceiros. Não estava falando de liderança econômica mas sim política, social, educacional, científica. O Chile é o líder social no nosso continente. Politicamente, fora os Estados Unidos, acredito que a Venezuela tem tido mais influência que nós. Vide a sua aprovação parcial e provável no Mercosul.
    Em volume econômico o Brasil é o líder pela sua posição mundial, mas regionalmente pouco investe em infra-estrutura por exemplo para transportar produtos do pacifico ao atlântico.
    A língua seria um passo facilitador para esse interação regional. Uma demonstração de pro-atividade e um fator cultural importante.
    A nível macro talvez não faça falta. Concordo. Mas em micro. Pequenas e médias empresas, estudantes.
    Os Estados Unidos são lideres, poucos falam outras línguas mas se nota que isso é uma das primeiras coisas apontadas pelos próprios americanos como uma desvantagem que só tende a piorar nos próximos anos. Quem está nos Estados Unidos sabe o quanto se fala em um país bilíngüe.
    Os demais países latino americanos deveriam aprender o português. Isso é uma coisa que havia passado pela minha cabeça enquanto escrevia. Estão perdendo rios de dinheiro a cada dia que passa sem saber se comunicar adequadamente com um Brasileiro. Mas acho que quem é líder sai na frente, demonstra interesse, ocupa espaço. E é esse o papel que o Brasil deveria desenvolver.
    No final, parabéns a aqueles que "se viram" ou "dão um jeitinho" para fazer negócios e se relacionar com os vizinhos. Mas termos que começar a levar o assunto liderança regional a sério. Seja aprendendo a falar Espanhol, seja deixando a Argentina ganhar um jogo de vez em quando!
    Posted by Gustavo Vannucchi

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  8. Eu acho legal e um diferencial falar Espanhol bem sem duvidas. Eu tive sorte de morar um tempo fora então peguei com facilidade, mas uma pergunta interessante também. O Brasil sendo líder na América Latina disparado, porque os parceiros de negocio daqui também não deveriam se importar em aprender o Português, também.? Porque na maioria das vezes somos nos que flexibilizamos que vamos para o Espanhol ou Inglês.
    Posted by Roberto Grigolli

    Roberto, tu comentario es tan bueno y original que a mí me gustaría tenerlo escribido. Es el viejo espíritu de los colonizados, que vive en nuestras entrañas. Siempre tenemos que agachar la cabeza a lo de afuera, como si nuestra cultura fuese un nada. Por supuesto, hablar lenguas extranjeras es bueno. Bueno no, es genial, porque abre puertas, facilita las negociaciones y todo el mundo entiende todo el mundo. Pero, sin cargo, no?
    Posted by Mário Sérgio Baggio

    Poco se puede hacer sin el interés del gobierno en empezar o mejorar las politicas publicas de enseñanza.
    No somos una nación de piensadores, sino un pais de trabajadores y el gobierno no tiene interés en hacer con que las personas puedan comunicarse libremente.
    És una cuestión de libertad.
    Posted by Doroti Costa

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  9. Atualmente estou nos Estados Unidos tentando melhorar o meu inglês. Duas semanas atrás um dos professores estava discutindo sobre a grande vantagem competitiva em falar mais de uma lingua e inclusive comentou que os brasileiros e "hispanos" saem na frente. Ela inclusive tocou no assunto de incentivos governamentais na educação, porém que pouco ajudam sem o interesse dos alunos ou população. Segundo ela as escolas públicas oferecem aulas de lingua espanhola, gratuitamente, porém não é obrigatório. Somente 4% dos alunos se matriculam nessas turmas e depois de 1 ou 2 anos, menos de 2% continuam nas classes. No Brasil nós temos os exemplos de aulas de inglês, que não estou seguro que por falta de devida qualidade, atenção ou de ser levado a sério, dificilmente traz os resultados esperados. O certo é que com o mercado profissional como está, as barreiras estão sendo flexibilizadas e no futuro praticamente não existirão e seremos obrigados a falar múltiplos idiomas para se dar bem ou manter o posto. Quem estiver de fora desse pensamento creio que estará condenado a ver o trem passar! E isso se aplica independente da nacionalidade ou lingua nativa, mesmo inglês, espanhol, mandarim e alemão possuindo todo esse peso que llhe são dados.
    Posted by Walacson Oliveira, PMP

    Falar mais de um idioma é ncecessário no mundo de hoje. Não somente pelo mercado de trabalho, mas para ter acesso a cultura. Tive a oportunidade de trabalhar sempre com estrangeiros e falo inglês e espanhol. Após o aprendizado destes idiomas foi possível ter acesso a cultura de muitos países e com certeza ajuda em nosso crescimento profissional.
    Vejo que muitos pedem para que nossos hermanos também aprendam o português, tenho como afirmar que na minha empresa hoje há muitos hispanicos que falam perfeitamente o português.

    Abraços/Saludos/Regards
    Posted by Michael Baldez

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  10. Eu sou uruguaio e aqui acontece a mesma coisa: todo mundo acha que pode falar português, mas na verdade quase ninguém fala bem. Eu fui no Rio de Janeiro em 2007 durante o carnaval e não falava quase nada. Eu fiquei impressionado com o tamanho e a potencialidade desse país e entendi que era impossível não falar português morando tão perto do Brasil. Embora as línguas sejam parecidas, existe uma barrera lingüística que se faz evidente na hora de falar pelo telefone ou de escrever um e-mail.
    Acho bom que os brasileiros comecem a considerar importante a fala do espanhol. Se os brasileiros falassem espanhol e o resto da América Latina falasse português, a integração seria realmente possível.

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  11. Mais vindos por email:

    Nunca vi americano preocupado em aprender a língua de cada povo com quem tem relações comerciais. Francês exige que falem seu idioma em seu país.
    Acho que líder é, também, impor condições ao seu favor.

    Vejam a população dos países:

    Brasil 192 milhões

    Argentina 39 milhões
    Uruguai 19,2 milhões
    Paraguai 15,4 milhões
    Chile 16,6 milhões

    A maior população, com maior território e mais riquezas deve ser atendida em alguma coisa, não acham?
    Nada contra em saber mais, afinal aprender não ocupa espaço. Mas pensar na nossa língua como algo que não serve só aumenta a visão brasileira de estar sempre atrás dos outros. Ao meu ver o idioma está longe de ser o problema, o que nos falta é ambição e vontade de pensar realmente grande.

    Posted by André Buonanotte.

    Oi Andre,
    concordo que falta ambicao. Todos os grandes imperios impuseram sua linguas de certa forma. Os EUA obrigou todos a falar ingles para poder negociar com eles. Quem se recusou perdeu dinheiro.
    Mas veja bem. A populacao da America Latina menos os Brasileiros sao 369 milhões. Como escrevi no texto o Brasil eh lider regional em diversas areas, mas ao mesmo tempo se isola na sua falta de capacidade de se comunicar.
    Poucos falam um segundo idioma com fluencia. Eu fui professor de Ingles e.. acredite, de 100 pessoas que comecam um curso de ingles, 3 chegam ao nivel maximo e 1 fala ingles bem. Acho que isso nao eh muito diferente nos demais paises da regiao.
    Se eu fosse argentino, colombiano, venezuelano, eu teria escrito o mesmo texto cobrando dos meus irmaos de lingua o aprendizado do portugues. E Claro! Milhoes de oportunidades sao perdidas pelos de lingua hispanica por nao falarem portugues! Por isso temos que sair na frente. Dominar a situacao. Eh isso que um lider de verdade faz. Lidera, nao espera que os outros o sigam pura e simplesmente.
    Ja que falamos nos Estados Unidos, hoje um dos temas mais quentes que vai do senado a mesa de jantar do americano eh como se preparar para ser um pais bilingue. Sabem que em microeconomia perdem bilhoes em negocios porque nao falam a lingua dos outros paises. Acho que o mesmo debate tem que ser visto no Brasil.
    O Espanhol deveria ser o natural pois eh mais facil de aprender que ingles, esta culturalmente e geograficamente mais proximo e abre portas na micro-economia.

    Posted by Gustavo Vannucchi

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  12. Mais um:

    Comunicação e comércio. Vêem de "Commutatio mercio" e de "Communicatio". O prefixo "CO" faz com que tenham em comum o aspecto de "fazer juntos". Diferente de exercer a liderança através do poder econômico ou até mesmo militar, mais comum nos tempos do colonialismo e depois do imperialismo. Desde há muitas décadas, por exemplo, qualquer críança na Holanda falava ao menos 3 idiomas. O país tem escassos recursos naturais e criou sua riqueza a partir do comércio, baseado na comunicação. Não é uma potência militar mas tem um IDH bastante expressivo. Na Comunidade Européia hoje as crianças aprendem como mínimo 3 ou 4 idiomas e têm assegurada a mobilidade entre países. E cada vez mais são os que a querem integrar. São escolhas, fechar-se e impor uma liderança pelo poder, qualquer que seja sua natureza e custo, ou fazer junto, COmunicar e COoperar. O castelhano (denominação mais correta do idioma, vem da dominação do reino de Castilha sobre os demais reinos da Península Ibérica - Astúrias, Catalunha, Galícia, Vascongadas) não é difícil se a gente põe um pouco de vontade. E tem, de sobra, uma literatura bárbara para desfrutar.

    Posted by Vicente Almeida

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  13. Reproduzo aqui o post que coloque no linkedin sobre este questionamento:

    "Interessante a discussão e vejo que apareceram alguns pontos-de-vista diferentes. Alguns crêem que os nossos vizinhos latinos devem se adaptar ao nosso idioma, o português, outros acreditam que nós, brasileiros, quem devemos nos adequar aos demais e falar espanhol.

    Eu, pessoalmente, não vejo problema em apreender a língua dos nossos vizinhos.

    Em primeiro lugar, toda negociação fica mais fácil se ambas as partes identificarem que têm pontos em comuns. Falar o idioma, ou pelo menos mostrar para outra pessoa que você tem interesse em apreendê-lo é uma forma de conquistar a confiança. Isto vale para o inglês, o espanhol e ou chinês. Não podemos esquecer que quando viajamos a estes países, estamos em constante processo de negociação. Seja conversando com um taxista, quando ele fornece informações úteis do país (ou quer te cobrar a mais por uma corrida); seja numa reunião com um cliente, quando você demonstra facilidade para compreender as necessidades dele. Em ambas as situações, conversar no idioma da outra pessoa ajuda a quebrar barreiras e a abrir um mundo de novas oportunidades.

    Em segundo lugar, nós brasileiros, crescemos isolados dos demais países da América Latina. Isto acontece por causa da diferença de idiomas e por estarmos concentrados geograficamente na costa atlântica. Muito do que acontece nestes países, nem chegam até nós. Refiro-me a noticias, acontecimentos culturais e negócios. Isto não é vantajoso, pois poderíamos apreender muita coisa se nos interessássemos pelo que acontece em nossa volta. É impressionante como estes países, ao mesmo tempo tão diferentes, são tão parecidos com o nosso. Infelizmente, a mídia dá mais atenção ao que acontece nos Estados Unidos e Europa, e pouca atenção à América Latina.

    Já vivi na Colômbia, onde muitos confundiam o português com o francês, por não estarem familiarizados com o nosso idioma. Assim como tive a chance de visitar a Argentina e o Uruguai, países mais próximos do Brasil onde facilmente se encontra aulas de português. Em ambos os casos, quanto eu demonstrava que conhecia espanhol, ou quando falavam comigo em português, o trato dado era diferente.
    Em resumo, independente do lado que você represente, aprender um idioma estrangeiro é vantajoso tanto para o seu crescimento profissional quanto para o seu crescimento pessoal."

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  14. O espanhol e o português são parecidos. Por esta razão, muitos brasileiros menosprezam a importância de se apreender o idioma. A pessoa só se dá conta de que o "portunhol" não serve para se comunicar quando tem que falar com alguém de fora ou, nos piores casos, quando viaja. Digo isto por experiência própria. Não sabia comprar um refrigerante em um país onde ninguém falava português.

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  15. Mais participantes no debate!:

    Prezados amigos
    Sou da Espanha, estou há 10 anos no Brasil e a dificuldade de aprender corretamente o português, ou no caso do brasileiro, o espanhol. é pela semelhança das línguas. Se fazer entender é facil, se comunicar corretamente precisa de prática e tempo de estudo, é uma atitude de vontade, de decisão, de querer aprender uma língua.
    Os americanos tem muitas coisas boas para tirar de exemplo, mas com certeza, uma delas não é a atitude de desprezo perante outras culturas. O Brasil deveria aprender o espanhol corretamente (seja com sotaque da Espanha, Argentina, Chile o Colômbia) assim como todos os hispanos deveríamos nos aproximar do Brasil e falar português.
    Por último, se olharmos de novo para os USA, vocês vão ver que o segundo idioma mais falado lá, é o espanhol, portanto esta sendo uma nova formar de se comunicar com as pessoas daquele pais.

    Posted by Alejandro Gomez Gil

    Esta discussao e interesante. Eu tive a fortuna de aprender Espanhol e Alemao como crianca e depois Portugues cuando morei no Brasil por dois anos. Tambem no Brasil aprendi Ingles e continuei meus estudos no sistema de educacao Americano. Cuando morei na Franca aprendi um pouco de Frances e depois no colegio dois anos de Russo.

    Eu ganhei muito mais do que investi em aprender as linguas. Elas nos acercam da cultura do pais e nos ajudam a entender-nos um ao outro. Recentemente ganhei um livro: As cem melhores cronicas Brasileiras. Quem vai entender o genio do humor Brasileiro se nao pode ler Portugues?

    Eu estou vendo muito movimento nos Estados Unidos para acomodar Espanhol. Eu nao tenho muita paciencia para pessoas que vem viver em um pais e nao tentam aprender a lingua. Podem faze-lo ainda assim continuando a honrar sua cultura. Nao precisam ficar muito espertos - sabemos que aprender novas linguas como adulto e muito mais dificil. Nao aprender deixa as pessoas a desvantagens em vez de vantagens. As vezes penso que viajar a Miami e chegar em outro pais.

    Cuando fazemos piadas sobre o Portunhol, penso que tentar a se comunicar (mesmo com perna de pau) e melhor que nao haver feito o esforco. Para mim, Portugues e Espanhol tem tanta semelhanca que de vez em quando sai Portunhol. O importante e poder comunicar. Se voces por acaso viajem a Franca ou Quebec, vao entender que tentar falar um pouco de Frances abre muitas portas.

    Aprender as linguas dos outros e bom pra nos, e nos recompensa no longo prazo.

    Posted by Peter Way

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  16. Eu também gosto de aprender outras línguas. Já estudei e sei algum francês e alemão. Falo inglês fluentemente e trabalhei nos EUA por três anos.
    Já viajei e fiz negócios por quase todos os países da América Latina, desde o México até o Chile e sempre me esforcei em falar o melhor espanhol possível, mas às vezes não há como não recorrer ao “portunhol”, principalmente na comunicação escrita.
    Eu acredito que para as pessoas que têm negócios regulares na América Latina, é importante saber bem o espanhol, razão pela qual paguei 5 anos de cursos para cada um dos meus dois filhos.
    Por outro lado, eu não creio que conhecer bem o idioma espanhol seja o caminho para o Brasil consolidar a sua liderança na região, o que vai depender de muitas outras coisas, além da comunicação.

    Posted by Roberto Bieler

    Não vejo muito incentivo aqui nos EUA em aprender outra língua, geralmente quem fala outro idioma é pq aprendeu em casa pela família. Também noto que essas pessoas que são bilíngues não sabem escrever, e às vezes nem sabem ler, é mais a a linguagem oral e misturam muito com o inglês - vi isso entre os Hispânicos mas tb vi o mesmo entre americanos cujos pais vieram da China.

    Geralmente o americano fala que sabe outra língua porém na maioria das vezes estudou um pouco no no High school (o que eu chamo de "the book is on the table" pois foi o que eu aprendi no Brasil no segundo grau) - não como no Brasil onde o aprendizado de outra língua é uma atividade extra-curricular.

    Acho que na Europa o incentivo de estudar outras língus é maior do que aqui.

    Posted by Fernanda Goldstein

    Vanunucchi, boa recomendação. Agora vou "esfregar" na face de alguns que me criticaram por fazer e gostar do idioma espanhol.

    Brincadeiras a parte, em algum post do grupo PATOTA um cidadão menciona que devemos obrigar os outros países a falar o português...e ainda faz referência a nós e todos os integrantes do bloco como "cucarachas", o que eu acho que é uma expressão chula, que falta com respeito adotada e herdada de alguns poucos do mundo (não precisa que eu mencione diretamente, todos sabem quem são estes seres).

    Imagino que o Brasil tendo posição de destaque na América Latina deveria adotar a postura da maioria e, principalmente, da humildade para ter ainda mais o apoio que tanto quer. Impor quando se está em desvantagem não é a melhor estratégia para obter o alcance e respeito que o país deseja ter.

    Abraços !

    Posted by João Paulo Almeida Ximenes Fernandes

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  17. Admiro os poliglotas europeus, porém se o assunto é liderança creio que ficaram para trás já há algum tempo. Após séculos de guerras, culminando na segunda guerra mundial, finalmente aprenderam que é melhor se unirem (via União Européia) do que se auto-flagelarem. Mesmo assim, continuam sendo nacionalistas e xenófobos. Mesmo unidos, os europeus são apáticos em temos de liderança e influência global. Na Grécia todos falam bem o inglês, mas o país está quebrado. Realmente não vejo uma correlação entre o número de linguas faladas por um povo e sua liderança internacional.

    Pelas minhas viagens à China não encontrei muitos que falassem o inglês, e certamente não possuem uma cultura internacionalizada - salve uma minoria da elite que têm a sorte de poder sair do país para estudar e fazer negócios. Uma minoria chineza porém têm a capacidade de lotarem universidades pelo mundo afora, com um inglês sofrível, mas não deixam de ser uma minoria dentro de uma população enorme. A crescente liderança internacional da China é inquestionável.

    O brasileiro possui uma capacidade enorme de comunicação e adaptação. Seja com o portunhol pela América Latina, ou aprendendo uma língua totalmente nova. Os povos que falam castelhano já não possuem essa mesma flexibilidade e vontade, o que acaba irritando os americanos ao verem os hispânicos não se esforçando, e até se recusando, a aprenderem o inglês. O brasileiro se comunica em portunhol pela América Latina, mas nuestros hermanos não conseguem largar do castelhano mesmo em negócios dentro do Brasil. O portunhol é um belo exemplo de esforço de COmunicação e COoperação por parte do brasileiro. Pelo menos o meu portunhol já abriu várias portas para mim.

    Concordo que as crianças no Brasil devam aprender uma segunda língua, com qualidade, porém não acho que essa segunda língua deva ser o espanhol.

    Posted by James Locke

    Novos comentários certamente serão enviados.
    Gostaria de parabenizar a todos que participaram até aqui desta discussão.
    Nesses 3 dias já tivemos quase 1000 leitores. Quando se esgotar vou escrever uma análise dos comentários pra quem sabe conseguir elucidar diferentes pontos de vista de forma resumida.

    Abraço a todos e continuem participando;

    Gustavo Vannucchi

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  18. Olá, portunhol básico. É como todos começam.
    Eu comecei assim, em 1990, quando mudei-me com a familia para o México.

    Foram várias gafes, vários erros que nos causaram situações constrangedoras, tanto para mim, como para a esposa e os filhos. Cada um no seu círculo de convivência.

    Falar do ensino de um segundo idioma na escola, é falar sobre a necessidade de aprender uma nova gramática, quando nem mesmo a nossa é ensinada ou aprendida, ou até melhor, compreendida corretamente.

    Falar bem o espanhol, mesmo estando em um país com 192 milhões de habitantes, é sim necessário. Ser o maior país do continente, com a maior população na região, onde os paises mais importantes do Mercosul não nos dá o direito de exigir que os outros se adaptem a nós. Isso porque não conseguimos nem mesmo educar os nossos no nosso idioma.

    Portanto, eu acredito que a solução mais lógica seria a obrigatoriedade de um segundo idioma no ensino, desde o primário até a faculdade.

    A escolha se seria o inglês ou o espanhol ficaria a cargo dos alunos. Um outro idioma, opcional, ficaria a cargo dos pais escolherem e colocarem seus filhos para estudar em escolas particulares.

    Muitas ensinam o idioma de forma prática, ensinam a falar, ouvir, compreender e responder.

    Encontrei muita gente no exterior, durante os 17 anos em que lá vivi, falando Inglês ou Espanhol para comunicar-se, seja no ambiente profissional, como no ambiente de laser. E todos se deram bem.

    Incentivar o estudo do segundo idioma é IMPORTANTISSIMO sim, não esperar que os outros estudem o Português é ser INTELIGENTE de nossa parte. Quem quizer fazer negócios, sobreviver no mercado exterior, vencer no seu dia a dia sem fronteiras, que estude, pois os outros estão fazendo isso.

    Purcino (siga o blog http://purcci-dinamica.blogspot.com )

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  19. Prezados participantes
    sou professora, tradutora e autora de livros didáticos para ensino de espanhol. Atuo no mercado há quase 20 anos. É realmente lamentável como a maioria dos brasileiros se comporta em relação à língua espanhola. Há muitos comentários em "portunhol" nas rádios, propagandas, Tv etc... O brasileiro vê isso como "normal". Uma gozação "legal". Claro que não se pode generalizar. Há pessoas que não têm essa postura. No entanto, a maioria acha "engraçado" falar/brincar em portunhol. O que o brasileiro precisa é tomar consciência cidadã e cívica. O idioma é um dos maiores, senão o maior, símbolo de identidade de um povo. O brasileiro trata muitíssimo mal seu idioma. Aqui é brega falar e escrever corretamente. Os erros que se encontram em textos falados e escritos na Mídia é assustador. A grande maioria dos brasileiros não sabe redigir. Há um problema muito sério na educação e formação escolar. Só quando um brasileiro tem que aprender espanhol é que ele realmente se dá conta do quão difícil é dominar o idioma Cervantes nas formas oral e escrita. Até aí, ele acha o "portunhol" o máximo! Pela minha experiência, percebo que já houve uma mudança no comportamento. Hoje, eu já recebo muitas solicitações de pessoas que não querem falar "portunhol", mas há ainda um longo caminho a percorrer. Eu tenho tentado fazer a minha parte. Sei que é uma gota no oceano, mas trabalho com meus alunos no sentido de conscientizá-los de que é preciso haver respeito para com o idioma espanhol ou qualquer outro que venham a aprender. Os povos de fala hispana têm no seu idioma a sua maior identidade . O nível do espanhol falado por seus nativos é infinitamente melhor do que o português falado no Brasil, independentemente do nível sócio-econômico. Os hispanos têm amor e orgulho de sua língua. Seria bom que os brasileiros despertassem prá isso também. Qualquer pessoa que domina bem o seu idioma, terá maior facilidade para aprender uma segunda, terceira... língua. Torço para que o brasileiro acorde prá essa realidade. Somos um país gigantesco em dimensões, mas isolado pelo idioma. Adquirir uma boa proficiência em espanhol sendo um luso-falante não é uma tarefa nada fácil. Poucos brasileiros falam e escrevem realmente bem em espanhol. Acredito sinceramente que com meu trabalho de professora/autora tenho despertado a consciência de muitas pessoas nesse sentido. Isso realmente me faz sentir realizada na minha profissão. Como dizia minha avó: "Saber não ocupa lugar". Espero que os brasileiros acordem para essa realidade.É muito bom ser um povo alegre, brincalhão, criativo, desde que tudo isso venha acompanhado de respeito, cidadania, educação e consciência.
    Esther Maria Milani

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  20. Caros amigos.

    Esquecem-se que nisto das línguas, como em tantas coisas, o tamanho não interessa, mas sim o que se faz com ela. ;-)
    Olhem para Portugal, alguém nos vê preocupados em mandar no mundo? Entendemo-nos com quase todos os povos do mundo, na nossa, ou na língua deles. E é isso que faz a nossa língua importante: o facto de ser uma grande e acolhedora casa.
    Cumprimentos do outro lado do Atlântico.
    Em Português, mesmo sem Acordo Ortográfico ;-).
    Félix

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  21. Hola. Hablaré en la lengua de la discordia.

    Soy Hispanohablante y Esther trajo al debate algo muy importante y es que nosotros, en nuestra mayoría tenemos un grande orgullo por nuestro idioma. Por otro lado, pienso que los brasileños menosprecian mucho a Latino America, y el pootunhol y la falta de respeto por nuestro idioma es solo una consecuencia de ello. Brasil es un pais totalmente aislado dentro del continente americano conoce poco d e los demas paises y lo peor, no se esfuerza por mejorar eso.

    Permitamen darles algunos datos importantes, el español es una de las 6 lenguas oficiales de la ONU, tras el mandarín es el idiom mas hablado como lengua materna. Lo hablan entre primera y segunda lengua cerca de 450 a 500 millones de personas pudiendo ser la tercera lengua mas hablada del mundo. Por otro lado, el español es la segundo idioma mas estudiado en el mundo tras el ingles y es la tercera lengua mas utilizada en la internet.

    Esto son solo algunos argumentos sobre la importancia del español en la actualidad. Lo as preocupante es que Brasil como una potencia que es, està con los ojos puestos en Latino Amèrica desde hace ya algun tiempo y no es por curiosidad cultural, es por interés comercial. Ya America Latina no está siendo vista como población de tercer mundo sino como oportunidade económica para Brasil. Y no estoy hablando solo de Argentina, uruguay y otros paises vecinos, como siempre creen los Brasileños, estamos hablando de todo un continente hispanohablante, de aproximadamente 20 paises contra 1, que por más que sea grande y fuerte económicamente está en medio de un continente unido por la misma lengua.

    Así que con todo respeto, si esa potencia que es Brasil quiere entrar en el mercado latinoaméricano (y todos los paises se introducen en el mismo paquete no solo por estar en el mismo continente y hablar el mismo idioma, es porque realmente entre los paises de habla hispana hay una hermandad) necesita conocerlo y hablar el mismo idioma con ellos.

    Me encanta el portugués pero pienso que si se trata de interés, hay un porcentaje mayor de Brasil para Latinoamérica que de Latinoamérica para Brasil. Por eso, estoy totalmente de acuerdo con los argumentos de Gustavo y creo que Brasil ya se habia demorado bastante para incluir el español en el sistema de educación.

    Aunque con todo el corazón les admito que me encantaría que este continente pusiera más los ojos e Brasil que en Estados Unidos.

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